sábado, 26 de setembro de 2015


Preservando o hímen.


          Quando eu tinha sete anos, meu pai veio ao meu quarto para conversar comigo a respeito de sexo. Eu escutava as pessoas dizerem aquela palavra, mas não sabia bem o que significava.
          Ele chegou perto de mim, sentou na beirada da cama em que eu estava deitada e disse-me o seguinte:
          - Filha, você deve permanecer virgem até o casamento, senão, o homem que você escolher para casar-se não lhe aceitará, pois mulher que não se guarda para o marido não merece respeito, merece ficar no mundo a vida toda, como uma vagabunda largada, entende?
          - Mas pai, eu não sei nem o que é virgem...
          - Então eu vou resumir filha: É só você não ter relações sexuais com ninguém até o casamento, certo?
          - Certo pai. Mas...
          - Então estamos conversados e entendidos minha filha.
          - Mas pai...
          - Agora durma que já está tarde filha. Ah, e vê se não comente nada do que conversamos com a sua mãe.
          Após meu pai sair do quarto naquele dia eu fiquei completamente confusa, porque além de não saber o que era sexo, havia mais uma coisa para complicar, eu também não sabia o que era virgem. Mas as palavras de meu pai martelavam em minha cabeça o tempo todo: Você deve casar virgem! Você deve casar virgem!
          Com o passar do tempo eu fui percebendo que o que as meninas mais queriam saber umas das outras era se já tinham perdido a virgindade, e eu, como queria saber o que era aquilo que eu tinha que preservar, sempre me aproximava.
          Numa dessas conversas das meninas, eu escutei uma delas dizer para outra ingênua que ser virgem é ter o hímen intacto.
          A outra menina não entendeu nada, e eu que estava escutando também não. Nessa ocasião eu já tinha doze anos.
          Passaram-se alguns dias depois dessa quase descoberta, e então finalmente eu descobri o que era ser virgem ao perguntar para minha professora de português.
          - Professora, posso conversar com a senhora?
          - Claro Claudinha! O que você quer?
          - Eu só quero perguntar uma coisa para a senhora professora, mas não sei se tenho coragem.
          - Mas o que pode ser tão grave assim que a desencoraje, Claudinha?
          - Sabe o que é professora: Faz um tempão que eu ouço algumas coisas que estão me deixando louca e confusa.
          - É alguma coisa grave Claudinha?
          - Não professora, é sobre sexo.
          - Ah, ah, ah. Sobre sexo Claudinha? Mas por que tanto mistério e medo para perguntar-me algo sobre sexo?
          - Eu vou lhe contar professora: Primeiro, quando eu era menor, me disseram que eu tinha que casar virgem, depois eu percebi que as meninas querem logo deixar de ser virgem. Aí eu ouvi que ser virgem é preservar o hímen...
          - E o qual a sua dúvida Claudinha?
          - Minha dúvida não professora, minhas dúvidas. Afinal, eu não sei nem o que é virgem, muito menos o que é hímen.
          - Bom Claudinha, deixe-me explicar-lhe uma coisa de cada vez: Ser virgem é justamente o que você ouviu as meninas falarem, preservar o hímen intacto. E hímen é uma membrana encontrada na entrada da vagina, que serve para impedir infecções genitais nas mulheres. Quando somos crianças essa película é espessa e resistente, mas conforme vamos crescendo, ela torna-se muito fina e frágil.
          - E por que meu marido vai fazer tanta questão dessa pelinha professora?
          - Ah, ah, ah.
          - A senhora está rindo porque eu sou uma piada mesmo, né professora? Eu sabia que não devia ter perguntado, deixa eu ir embora.
          - Não Claudinha, espere! Me desculpe, mas eu não estava rindo de você, é que a maneira como você falou foi engraçada. Deixe eu te explicar: Não é que o seu marido vá fazer questão da pelinha, é que essa pelinha intacta significa que nenhum homem penetrou em você, ou seja, que você nunca teve relações sexuais, e não tendo relações sexuais significa que você é virgem, entendeu?
          - Só isso professora?
          - Só. Mas Claudinha, quem disse pra você que seu marido se importará com isso?
          - Foi meu... Deixa isso pra lá professora. Mas posso fazer só mais uma pergunta?
          - Claro, faça!
          - O que a senhora acha? Meu marido se importará se eu não for virgem?
          - Alguns se importarão sim, mas a maioria não. Isso é coisa do meu tempo, Claudinha, aliás, do tempo da minha mãe. Hoje ninguém casa virgem, ou quase ninguém. Nos tempos atuais as meninas preferem experimentar bastante os homens, até encontrar um que elas julguem ser o melhor, pelo menos na cama.
          - Mas professora, não tem como eu experimentar sem perder a virgindade?
          - Só se você ficar nos beijinhos Claudinha.
          - Não dá para experimentar sexo sem quebrar o hímen?
          - Quase impossível, Claudinha. Na maioria das vezes, uma única penetração faz com que o hímen se rompa. A não ser que você só faça sexo anal ou oral.
          - Como assim professora?
          - Bom Claudinha, é meio complicado, mas vou tentar lhe definir da melhor forma possível: Sexo oral é bastante praticado, as pessoas o praticam antes da penetração, o consideram e o chamam de uma preliminar. Trata-se de um sexo praticado com a boca, onde o homem utiliza a língua para lamber a vagina da mulher e a mulher utiliza a boca para chupar o pênis do homem, fazendo movimentos para cima e para baixo, simulando uma penetração. Tanto no homem quanto na mulher, essa prática causa bastante prazer.
          - Que nojo professora. A senhora já fez?
          - Ah, ah, ah. Isso é pergunta que se faça pra mim Claudinha?
          - Desculpe professora.
          - Não tem problema, Claudinha, não precisa se desculpar. E respondendo sua pergunta: Eu já fiz sim, e às vezes, realmente é muito nojento, mas se a mulher e o homem forem pessoas com uma boa higienização, não é tão ruim assim, pelo contrário, é muuuuuiiiito bom.
          - E o sexo anal professora?
          - Bem Claudinha, o sexo anal é um pouco mais complicado, vamos dizer que é como ter dinheiro ou hemorróidas.
          - Como assim professora? O que tem haver dinheiro e hemorróidas com isso?
          - É só uma comparação, veja se você me entende: Você já ouviu algum milionário sair gritando na rua que tem dinheiro? Ou você já ouviu alguém falando que tem hemorróidas?
          - Não professora.
          - Então, sexo anal é a mesma coisa. Muita gente pratica mas quase ninguém tem coragem de admitir.
          - Mas porque professora?
          - Por causa da discriminação e do machismo, Claudinha. Veja só: Existe a discriminação de que a mulher que faz sexo anal é vagabunda, assim como existe o machismo de que se a mulher faz sexo anal ela não serve para casar, então as mulheres ficam com medo de pedir para os seus parceiros com medo de eles acharem que ela é vagabunda, e os homens também não pedem para as parceiras com medo da reação delas, pois muitas mulheres diriam: Você acha que eu sou essas prostitutas da rua? Então fica assim: Os homens que querem sexo anal procuram em amantes ou em mulheres da noite e as mulheres que querem, fazem antes do casamento com algum namorado passageiro ou com seus amantes.
          - Nossa professora, que complicação esse negócio de sexo.
          - É Claudinha! É bastante complicado mesmo, mas eu tenho certeza que depois de hoje você poderá seguir seu caminho sexual sem dúvidas, ou pelo menos, com menos dúvidas.
          - Acho que sim professora, a senhora foi como uma mãe para mim, afinal, em casa eu não posso conversar com ninguém a respeito disso.
          - Mas você já tentou?
          - Já professora. Às vezes que tentei falar com minha mãe ela me disse que isso não era assunto para uma criança, mas eu não sou mais criança.
          - Não culpe sua mãe Claudinha. Pode ser que ela tenha mais vergonha que você para falar sobre esse assunto, é difícil mesmo. Mas se você tiver alguma dúvida a esse respeito, pode me procurar que estarei sempre à sua disposição. E não se esqueça nunca de usar camisinha para se proteger, Claudinha.
          - Pode deixar professora! E muito obrigada por ter esclarecido minhas dúvidas, a senhora é muito legal e atenciosa.
          Após essa conversa com minha professora eu tomei duas decisões: Eu queria casar virgem sim, para que meu marido me respeitasse, afinal, meu pai me disse que só merecia respeito aquela mulher que casasse virgem. Mas eu também queria e estava decidida a experimentar o sexo antes de casar, e foi isso o que eu fiz...
          Hoje, com meus 22 anos e após 10 anos da conversa com minha professora, eu estou casando. Mantive o desejo de meu pai e me orgulho de estar casando de branco e com o significado da grinalda. Sou uma donzela, uma virgem para o meu marido, algo do qual ele também se orgulha muito. E embora eu tenha feito muita chupetinha e dado bastante a bunda, consegui preservar o meu hímen.






Nenhum comentário:

Postar um comentário